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A Vida Como Catalisadora do Despertar

Por Bernhard Guenther

Para aqueles de nós que continuam trabalhando em si mesmos com sinceridade e radical auto honestidade - enfrentando as mentiras que temos dito a nós mesmos decorrentes da mente egóica / personalidade e do condicionamento social / cultural, aumentados por injeções de pensamento das forças hostis ocultas -, e com isso percebendo a futilidade da "vontade pessoal", temos sido agraciados por vislumbres de nossa verdadeira natureza e direito de nascimento - escondidos como estão por trás de quem "pensamos" que somos -, como também, pela eclosão de dons adormecidos que começam a se revelar de maneiras extraordinariamente maravilhosas.

Começamos a ver, sentir e se alinhar mais com o fluxo natural da vida (Vontade Divina), que é "mais simples" do que "pensamos". Como Adyashanti disse: "Esse tipo de fluxo está sempre disponível para nós, mas a maioria de nós está muito perdida nas complexidades do pensamento para sentir que há um fluxo simples e natural para a vida. Mas, sob o tumulto do pensamento e da emoção, e sob o apego da vontade pessoal, há de fato um fluxo. Existe um simples movimento de vida".

Como resultado, também começamos a simplificar e desacelerar nossas vidas. Não mais impulsionados pela ambição (com seus efeitos colaterais de competição e comparação), nem por desejos compulsivos / vitais, muito menos pela necessidade de "tornar-se" ou ficar à procura de amor e felicidade exteriores. Então, neste momento, nos rendemos ao simples movimento da vida. A realização e a reatividade compartimentadas são substituídas por uma chamada e resposta incorporadas à própria vida.

Ao mesmo tempo, não evitamos a vida, nem ficamos melhores ou piores do que qualquer outra pessoa. Reconhecemos (em um nível corporificado) a unidade e a inter-relação de tudo o que é. Não é um estado de constante "êxtase" e "admiração", mas sim um estado de ser sóbrio e fundamentado, quando nos vemos totalmente abraçando a vida, venha o que vier. Aí reconhecemos que a própria vida é nossa maior professora e catalisadora do despertar.

Não mais projetando mecanicamente / externamente nossa fragmentação interior, percebemos a função pedagógica de tudo em nossa vida cotidiana. Nós não usamos a "espiritualidade" para evitar a vida, nem procuramos "experiências de pico", nos envolvemos na vida cotidiana mais plenamente no momento presente, essa é a verdadeira experiência de "pico" (quando estamos totalmente sintonizados com a vida em um nível corporificado). Não há necessidade de mais do que isso.

Então, começamos a confiar mais e mais na vida (e, como resultado, confiamos cada vez mais em nós mesmos), não porque esperamos que a vida ou o espírito nos dê algo que "queremos", que a vida (como movimento divino) nos dê. Na verdade, a vida está nos apoiando e nos ajudando a lembrar de quem realmente somos, auxiliando em nosso processo de despertar, pois sabemos e entendemos instintivamente que a vida e o espírito irão essencialmente nos guiar para o que "realmente queremos" (incluindo as lições que precisamos aprender) de uma perspectiva da alma, não baseados nos caprichos, direitos e desejos condicionados do ego.

Curiosamente, esta rendição (o deixar rolar) é a parte mais difícil para a maioria das pessoas aceitar, pois eles não gostam de ouvir que o controle é uma ilusão; na maioria das vezes equivale a abandonar a vontade pessoal como "derrota" ou "fracasso", e temem que, sem tomar o "controle" de suas vidas, não encontrem felicidade, satisfação, prosperidade, etc., ou que irão ser conduzidos ao caos total. Então, irão fazer tudo de acordo com a programação da Matrix, ou seja, manter a humanidade presa nessa frequência de sobrevivência e medo.

Mas nada poderia estar mais longe da verdade. O processo de rendição / desistência (em alinhamento com a jornada do despertar / corporificação) nos leva finalmente à verdadeira alegria, amor, contentamento e atenção aos nossos relacionamentos; abre o caminho para a nossa vocação, propósito e chamado na vida, bem como a abundância que não pode ser medida em termos materialistas (no entanto, isso não significa que você tem que ser "pobre" nem rejeitar completamente o materialismo de modo a ser "Espiritual", que é outro equívoco da espiritualidade).

Mas também requer fé e confiança, sair da zona de conforto e abraçar o desconhecido e o imprevisível. Os "contra-argumentos" para este processo são as vozes do ego ou da mente predadora (forças ocultas), reforçadas pelo culto da Matrix que adora a personalidade sobre a essência. Não gosta de desistir de seu reinado (e não desiste facilmente), pois isso significaria o fim de sua soberania. Essas injeções de pensamento não se originam do verdadeiro "Eu".

Então sabemos que quaisquer dificuldades e situações desafiadoras que possam surgir na vida são oportunidades para um despertar mais profundo, na maioria das vezes resultando em "choques" que são necessários para nos sacudir e nos tirar da ilusão. Apesar desses momentos de "graça feroz", também experimentamos uma equanimidade cada vez mais bela e momentos de felicidade, plenitude e alegria que não dependem de nenhum fator externo.

Ficamos com menos medo do desconforto e do desconhecido, percebendo em um nível mais profundo que a vida não é sobre "ganhar" ou "perder", mas tudo o que há são lições, e que estamos sendo guiados e ajudados a cada momento, se pudermos sintonizar com a nossa própria magnificência.

Consequentemente, estamos ficando mais em contato com nossa intuição, nossa orientação interna, conectado ao espírito interior (e essencialmente, com a Vontade Divina), como indivíduos integrados às suas almas corporificadas e soberanas.

Então, a vida torna-se sem mais esforço, pois não tentamos lutar contra a corrente da vida (Tao), mas acreditamos que o rio da vida nos leva aonde precisamos estar, e nos entrega o que precisamos experimentar, com base em nossas lições e talentos únicos da alma.

De uma perspectiva mais ampla, é assim que também transcendemos a Matrix, embora ainda vivamos neste mundo (já que não fomos a nenhum outro lugar), experimentamos a "realidade" e a vida em um nível totalmente diferente, ou seja, "estamos neste mundo, mas não somos dele".

Essencialmente, percebemos que o "céu" está bem aqui, agora mesmo, e sempre esteve dentro de nós, mesmo que essa impressão possa parecer simplória, ridícula ou "escapista" para qualquer um que não tenha tido essa experiência, e que esteja ainda sob as sombras no esforço para provar o que ele / ela percebe como o "mundo real".

No entanto, esta postura está longe de ser algo próximo de "escapista", porque não há negação do "escuro", de fato, há um "ver" e uma compreensão mais profunda do "mal" (além de sua manifestação 3D) e seu papel dentro da dualidade da experiência 3D, como se pode ver à luz da consciência evolutiva com todas as suas "faces diferentes de deus".

Porém, nenhuma palavra ou "argumento" pode convencer outra pessoa, e não há necessidade ou pressão para fazer isso de qualquer maneira, já que todo mundo tem que perceber isso por si mesmo, uma realização interna, pois está além da linguagem e das palavras. Ninguém pode mostrar para nós ou trazer para nós esta experiência.

Ninguém está nos "salvando", nenhum líder, nenhum salvador, nenhuma autoridade, até que atendamos ao chamado da divina voz interior, que está oculta por trás das construções ilusórias da identificação da personalidade. É um estado mais elevado de ser, de experiência incorporada, onde a mente e o intelecto não podem chegar perto de compreender.

Os diferentes estados de experiência da realidade que se manifestam dentro (e entre) seres humanos durante este período de transição também estão se tornando cada vez mais aparentes, e se relacionam com a Timeline-Reality Spilled (explorada anteriormente), pois algumas pessoas reforçam o cair mais fundo em um estado de sonho (enquanto sonha em estar acordado, confundindo a realidade por ilusão e ilusão por realidade), ficando preso na Matrix com todas as "armadilhas do acordo" estabelecidas pelas forças ocultas. Enquanto isso, outros começam a despertar cada vez mais (e corajosamente) para sua verdadeira natureza, tornando-se transdutores conscientes da Vontade Divina à medida que a frequência se ancora no desdobramento do "plano cósmico".

Não há julgamento sobre essas diferentes jornadas, porque a aparente "divisão", vista a partir de uma perspectiva mais alta, também reflete o equilíbrio cósmico e a vasta diferença das lições de alma para cada ser humano incorporar nesses dias e época.

Essencialmente, todo ser humano está destinado a despertar, cada um em seu próprio "tempo", a seu próprio modo (e ao longo das vidas) enquanto representamos o drama / comédia cósmico. No entanto, estamos longe de experimentar qualquer noção de um despertar "coletivo" em qualquer futuro próximo.

Então, embarque neste caminho, atento às armadilhas, mas, sem medo do escuro e, o mais importante, aproveite o passeio. A única saída é realizar a travessia, com a certeza que há luz no fim do túnel ... na verdade, o túnel é feito de luz.

FONTE: Capítulo VII do livro "The Perilous Path Towards Awakening", de Bernhard Guenther, publicado no "Veil Of Reality".


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