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A Vulnerabilidade Absoluta do Não Saber


Por L/L Research 


Não sabemos nada, quando vamos em busca de um sentido último para todas as coisas. Tudo é, se for seguido logicamente até a sua fonte, um mistério. O que você pode ver inevitavelmente não é o que parece. 

Em virtude da fome desesperada da humanidade por graça espiritual, da necessidade de passar da mente ao coração, da intelectualização ao amor, toda a natureza de sua experiência, como aprendizagem, ocorre em uma sala de aula especialmente criada para confundir e desafiar a mente intelectual e, assim, despertar a consciência humana. 

Essa é a sua situação. Você tem consciência de si mesmo, mas todas as ferramentas que você usa dentro da ilusão, começando com a sua própria mente, são criações dessa ilusão, projetadas para operar dentro dessa ilusão e condenadas como uma sentença de prisão perpétua terminando em morte.  

As pessoas de sua cultura gostam de dizer que a humanidade foi feita à imagem e semelhança do Criador. Em que imagem pensamos? Que imagem vem à mente quando se pensa no Criador?  

Essa é uma questão chave e central para aqueles que buscam a fé. Pois se o Criador é buscado como irado e impositor, severo e cheio de justiça, estamos olhando para esta parte de nós mesmos, e se o Criador é buscado como gentil e nutridor, abrangente e unificador, então estamos olhando para uma outra parte de nós mesmos.  

Uma vez que existe um mistério, há uma escolha a ser feita em relação à atitude de alguém em relação a esse mistério. Aqueles que sentem instintivamente que o Criador é unificador, amoroso e nutridor, são aqueles que descobrem a fé de uma maneira;  isto é, o caminho positivo da polarização por meio do serviço ao Infinito e aos outros seres, à imagem do Infinito.  

Aqueles que escolhem ver o Criador como castigo, justiça e lei, são aqueles que desejam controle, controle sobre a vida, controle sobre si mesmos, controle sobre os outros, para que não haja surpresas, mas que tudo seja contado com antecedência, de forma seguro e arrumado. Este é o caminho da separação.  

Estamos cientes de que falamos com aqueles que estão no caminho positivo da polarização e, portanto, abordaremos a fé em seu sentido positivo, ou seja, que a fé não começa com a fé em si mesmo, mas no Criador.

Agora, a fé que tanto se anseia não surge do nada. Tudo começa com crenças muito simples. Mesmo sendo jovem, a pessoa logo começa a ter fé que o sol nascerá e o sol se porá, que a lua aparecerá junto com as estrelas, e então desaparecerá na aurora da manhã.  

As pessoas aprendem gradualmente a trabalhar em prol da fé convencional da cultura. E aí, tudo chega a uma parada brusca. Pois, a menos que a pessoa não seja muito observadora, logo descobrirá que aquela fidelidade absoluta, aquela na qual alguém pode ter fé irrestrita, quando aplicada à humanidade, falhará. Nem sempre, mas às vezes.  Sempre existe o risco em confiar em outra pessoa ou em si mesmo.  

Mas, se as entidades são feitas à  imagem e semelhança do Criador, essa imagem não parece incluir uma confiabilidade absoluta, mas poderia o Criador ser capaz de tal capricho com a humanidade? 

Olhemos para a criação pela qual Ele é responsável. É a Inteligência Infinita que criou o equilíbrio do universo infinito, os planetas em seus cursos e as estrelas em suas longas e lentas expressões de amor, seria isso a obra de um Criador caprichoso? Parece improvável.  

Uma vez que o buscador está ciente de que a fé não é uma fé no ser humano, ele está então aberto para examinar outras possibilidades de onde colocar a fé. É quando alguém olha para as estrelas, percebe a face do Criador, como está escrito em suas obras sagradas, movendo-se através das águas de sua consciência.  

Então, há uma intuição que diz a essa consciência, longe ou perto: “Eu coloco e dou minha fé a este Criador bondoso, amoroso e protetor. Neste Criador eu coloco minha confiança.” No entanto, não há prova de que esta seja uma consideração ou conclusão benéfica ou sábia. 

Por que as pessoas deveriam pensar sobre a fé?  Por que não deveriam simplesmente aproveitar a vida que podem e se ressentir de não deixar essa vida quando chegar a hora? Examine seus corações e veja se você está satisfeito com esta vida que é você, terminando. Isso parece apropriado?  

Certamente esperamos que esta não seja a sua opinião, pois se for, você está preso na rede da mortalidade.  Você deve começar e terminar, e isso é tudo. A mente do buscador rejeita essa hipótese nula como falsa. Vai além da lógica. O que está além da lógica dentro da mente, exceto o caos absoluto?

Agora temos o cenário preparado para um início sincero na fé. A névoa do caos envolve a pessoa enquanto ela está de pé sobre o penhasco, uma rocha íngreme com apenas um pé de conhecimento humano. Devo ascender? Devo descer? Não, pois não se pode escalar rocha pura; não há fenda; não há certeza. Essa é a sua situação.

Consequentemente, aqueles que escolhem viver uma vida de fé devem escolher sair da falácia do conhecimento humano e abraçar o mistério, dispostos a permitir que esse mistério os ensine. 

Nesse ponto, o buscador se unifica, sua consciência avança e começa o seu longo e nebuloso caminho de busca saltando da fenda para a névoa fina do caos, aquele abismo de desconhecimento que separará para sempre o tempo da eternidade.  

No entanto, o buscador sabe que não conhece nenhuma maneira de proceder, exceto desejar dar esse salto. A vontade é secundária. O sentimento de fé é o principal.  

Porém, é preciso aplicar a vontade para saltar para um abismo, e é o uso correto da vontade, não para nos obrigar a fazer algo, mas quando se sente que este é o tempo metafisicamente correto para agir.  

E assim, a primeira expressão da fé é um grande desafio para a maioria das pessoas, pois é necessário agir como se já houvesse fé plena dentro do coração.

Em todos os assuntos espirituais existe um paradoxo, pois todas as coisas são assim ao mesmo tempo. E para um mundo preso no espaço e no tempo, não há lugar para todas as coisas ocorrendo ao mesmo tempo.  

Todas as coisas parecem, ao contrário, lineares, como uma estrada a ser percorrida.  Como podemos dizer que é um círculo em espiral em um mesmo ponto? Não podemos dizer essas coisas, pois não fazem sentido para esta realidade.  

Assim, falamos de caminhar por uma estrada poeirenta, de caminhos estreitos, de ser um peregrino e estar em busca. No entanto, a experiência real de desenvolver a fé é forjada no meio do vazio, no desconhecimento absoluto, e muitas vezes no medo e no pânico, por causa do passo que foi dado e do dramático desconhecimento desse passo.

Portanto, dizemos a você que, de fato, é preciso aceitar a vulnerabilidade absoluta de não saber, de agir como se fosse fiel. Pois somente quando alguém age dessa maneira os processos de evolução espiritual se aceleram de modo que a pessoa pode, eventualmente, ter experiências imediatas de contato íntimo com o Criador.  

É essa experiência imediata de unidade com a divindade que molda a fé da pessoa. Esses momentos no pico da montanha de suas experiências dentro do padrão encarnacional são ouro precioso, para serem guardadas na memória e trazidos à lembrança repetidamente, pois a fé não tem seu lugar no topo da montanha.  

A fé tem seu lugar no Vale das Sombras da Morte, se podemos citar novamente suas obras sagradas. Assim, a pessoa age como se tivesse fé e, ao fazê-lo, é fiel. Pois nada pode ser verdadeiramente compreendido ou conhecido. É muito importante perceber isso dentro de sua ilusão.

Se você deseja qualquer tipo de conhecimento, muito do que é suposto conhecimento será examinado e finalmente abandonado até que a busca espiritual e metafísica centre-se em tudo o que resta quando alguém tira o que lhe foi assegurado, e isso é um instinto, uma fome, um anseio por algo que é diversamente chamado de amor, caridade, virtude, beleza ou verdade.  

Muitas pessoas não têm nenhum uso para a fé, como também, de qualquer percepção clara da verdade. Isso é aceitável, pois não são os imaturos que serão colhidos, mas aqueles cujo tempo de maturação chegou. Cada um de vocês deu esse salto de fé, mas cada um está em uma posição única dentro do coração em relação à fidelidade. 

Assim, cada um experimenta um cenário contínuo e muitas vezes repetitivo de eventos e situações em que a fé pode ser moldada à medida que alguém tenta se comportar, se expressar e se manifestar de maneira fiel e amorosa, tentando glorificar, por imitação, aquilo que é concebido como a natureza do Criador; isto é, o próprio Amor, o pensamento iluminado, original e absoluto que é Amor.

Agora, depois de ter tido a experiência imediata de alegria na presença do Infinito, o buscador é quase que imediatamente lançado de volta ao deserto do vale. E as palavras podem apenas turvar e distorcer essa experiência absoluta de ser um com o Criador.  

Portanto, não se aborda a fé por meio de palavras. Ficamos contentes simplesmente em viver na fé, uma fé simples, sincera e humilde que a humanidade expressa mais verdadeiramente quando manifesta fidelidade ao amor e ao serviço.

Como alguém pode ser um servo fiel do Criador? Talvez a coisa mais difícil, a coisa mais central que uma pessoa fiel faz, seja deixar de lado o eu humano, essa personalidade amável e tão querida, para que se possa experimentar o tesouro que está dentro, o tesouro que só pode ser abordado com amor, confiança e fé. 

Pois a dúvida e a desconfiança estão ofuscando as emoções mais sublimes, e quando as entidades pensam dessa maneira, elas se afastam cada vez mais da brilhante abertura da graça viabilizada pela fé.  

A vida de fé é uma vida vivida sob os holofotes. Aquele que vive na fé permanece com uma luz que é brilhante para que os outros vejam. É uma espécie de despir-se em público, metafisicamente falando, para viver uma vida de fé. 

Pois, quando alguém que é fiel percebe que em meio à confusão da vida mundana há um princípio espiritual que deve ser defendido com fidelidade, deve-se então abandonar a chamada sabedoria humana e expressar totalmente a fé de que as aparências enganam, e que está tudo muito bem. A essência da fé é o simples sentimento de que tudo está bem e que tudo ficará bem.

Aqueles que amaram e se entregaram pelos outros, não importa em que circunstâncias no mundo exterior, aqueles que agiram de acordo com um amor absoluto e perfeito são aqueles cuja memória brilhante inspira todos os buscadores.  

Assim, quando a fé é jovem, e, de fato, a fé sempre será de iniciante para você, pois nessa ilusão que você desfruta a fé apenas principia, escolher como dar nascimento a fé é o que realmente importa neste momento.  

Então, ao fazer essa escolha inicial, você constrói uma pedra angular sobre a qual outras escolhas podem ser erguidas uma após a outra, ato após ato, pensamento após pensamento.

(Hatonn, L/L Research, 3 de fevereiro de 1991)




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